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Palavra do Pastor › 04/11/2013

A Fé Cristã em tempos de mudança de época

O Ano da Fé tem sido um chamado e uma oportunidade para a Igreja aprofundar uma realidade que é essencial para o Cristianismo. O início do Ano da Fé se deu no dia 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013.

Desde o começo do seu pontificado, o Papa Bento XVI enfatizou a importância da fé, convidando os cristãos a um testemunho mais profundo. Esta ênfase do Papa Bento XVI na fé se explica pela onda de obstáculos que a cultura atual apresenta e que tende a enfraquecer a opção dos cristãos.

Na carta Porta Fidei, com a qual o Papa Bento XVI instituiu o ano da fé, ele fez esta constatação: “Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas” (PF 2).

A Fé, base da Vida Cristã

O Novo Testamento apresenta a fé como uma exigência fundamental da vida cristã. Jesus no seu discurso inaugural afirmou que a fé e a conversão são as atitudes próprias para se acolher a novidade do Reino (cf. Mc 1,15). Quando os judeus perguntaram a Jesus, o que deveriam fazer para praticar as obras de Deus, Ele respondeu que a realização das obras de Deus consistia em crer naquele que Deus enviou (cf. Jo 6,28-29).

A comunidade primitiva também tinha a convicção de que a fé em Cristo é a condição mediante a qual aquele que escuta a proclamação da Boa Nova, acolhe a oferta salvífica de Deus, em seu Filho Jesus Cristo. “Portanto se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. É crendo de coração que se obtém a justiça, e é confessando com palavras que se chega à salvação” (cf. Rom 9, 9-10).

Desta passagem se conclui que bem cedo se introduziu nas Celebrações Litúrgicas, o costume de se professar a fé. Mas estas profissões de fé não eram fórmulas litúrgicas isoladas do contexto evangelizador das comunidades, pelo contrário elas eram precedidas da escuta do kerygma que levava o fiel a uma profunda experiência de salvação.

Uma Fé capaz de superar as crises

O Documento de Aparecida, constatando os desafios do momento presente, alerta que uma fé superficial será incapaz de se manter viva frente aos obstáculos que a cultura atual suscita. “Uma fé católica reduzida a conhecimento, a um elenco de algumas normas e de proibições, a práticas de devoção fragmentadas, a adesões seletivas e parciais das verdades da fé, a uma participação ocasional em alguns sacramentos, à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados, não resistiria aos embates do tempo” (DAp 12).

A fé madura capaz de se manter viva, mesmo sob o embate do secularismo, do relativismo moral e da indiferença religiosa, é aquela que nasce do encontro com Cristo e se alimenta pelos meios de crescimento. Daí a importância do kerygma como alicerce da vida cristã, pois o kerygma proporciona o encontro com Cristo que leva a fé e a conversão.

Sob esta perspectiva, respeitando as diferenças, podemos ver um paralelo entre os desafios da evangelização atual e aqueles que tiveram de enfrentar os primeiros cristãos. Entre muitos outros fatores, um segredo do sucesso da evangelização desses operários da primeira hora, foi o kerygma.

Mas o encontro inicial com Cristo, possibilitado pelo kerygma precisa ser alimentado pelos meios de crescimento, daí a importância de uma vida intensa de oração, da catequese, da vida sacramental, da experiência de comunidade e da missão (cf. DAp 226; 278). Este esquema de vida cristã aparece nos Atos dos Apóstolos. Depois da pregação kerygmática de Pedro no dia de Pentecostes, se fala dos meios de crescimento que eram as colunas do crescimento da comunidade. “perseveravam eles no ensinamento dos Apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações” (At 2,42).

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Padre Djalma Lopes de Siqueira
Administrador Diocesano

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