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Artigos › 08/05/2015

O risco e o benefício de olhar para trás

Para avançar não basta olhar para frente. Vez por outra também é necessário olhar para trás, sobretudo quando a meta que se quer atingir está distante. Olhando para trás pode-se renovar o ânimo para prosseguir, constatando o quanto já se caminhou, aprendendo com as experiências e até com os erros, descobrindo valores a serem atualizados em vista de fortalecer a busca que se está empreendendo.

Olhar para trás pode ser benéfico, mas pode também constituir-se em um risco.

É arriscado olhar para trás, quando se considera que somente o passado tinha valores e referenciais seguros para a vivência da fé, para o bem do ser humano e para o avanço da história. O grande perigo é que isso impeça o verdadeiro e necessário progresso. Nesse caso, o apego ao passado impede de ver a riqueza de valores e oportunidades que o presente também oferece. A bíblia conta que na destruição de Sodoma e Gomorra a mulher de Ló olhou para trás e tornou-se uma estátua de sal (cf. Gn 19, 26). Essa narrativa ensina que apegar-se ao passado paralisa a caminhada em direção à meta estabelecida. É preciso cuidar para que o “olhar para trás” como demasiada confiança num tempo que não existe mais não seja impedimento para o avanço que os tempos atuais pedem.

Em contrapartida, olhar para trás é benéfico, quando se reconhece nele valores que sustentaram a caminhada, e podem ser retomados, bem como as grandes intuições que podem fazer toda a diferença no enfrentamento dos desafios da atualidade.

Há três coisas de um passado não muito distante que bem podem ser enxergadas como luzes para o momento atual da Igreja e da Diocese de São José dos Campos.

O Concílio Vaticano II redirecionou a vida e a missão da Igreja e as linhas de reflexão e ação que ele apresenta continuam válidas para a urgente renovação da ação pastoral do Povo de Deus. Viver nos novos tempos inaugurados pelo Vaticano II requer um olhar para trás que se encanta com a ousadia deste Concílio e se compromete com as metas que ele indica.

Os 34 anos da Diocese de São José dos Campos, celebrados no último dia 1º de maio,  mostram que com colaboração e esforço da parte de todos se pode fazer muito. Essa pequena-grande história tem seu passado marcado por numerosas vocações sacerdotais que lotavam as casas de formação e resultavam em diversas ordenações ao final da cada ano, pela garra e preparação das incansáveis lideranças leigas e pela invejável união e alegria do clero entre outros destaques. Embora os tempos tenham mudado, olhar para trás nesse momento faz ver que os mesmos meios que tornaram possíveis essas conquistas, se assumidos novamente e, por todos, podem fazer avançar a construção do dinamismo e da eficácia da missão nessa Igreja Particular.

O Sínodo Diocesano realizado entre 2008 e 2010 com suas constatações, desafios e indicações também pode ser redescoberto no gesto de olhar para trás e tornar-se ponto de referência seguro para os passos a serem dados rumo ao futuro diferente que se deseja em termos de ação evangelizadora na Diocese de São José dos Campos.

Para avançar, portanto, é preciso olhar para trás.

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Pe. Edinei Evaldo Batista
Coordenador Diocesano de Pastoral e
Pároco da Paróquia Santa Teresa do Menino Jesus

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