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Palavra do Pastor › 05/06/2014

“Sai da tua terra e vai…”

“Sai da tua terra e vai…” escutamos na primeira Leitura, na voz de Deus, dirigindo-se a Abraão. Deixa a tua terra e vai para uma terra que eu te darei. Partir é, pois, a única possibilidade para Abraão ser fecundo, ter descendência numerosa como as areias das praias do mar, ou como as estrelas do céu. Deus cumpre todas as suas promessas e as continuará cumprindo, desde que nós cumpramos as nossas. É sob esta luz que coloquei o chamado do Sr. Núncio Apostólico, quando em nome do Papa Francisco me propôs deixar a querida Diocese de Bom Jesus da Lapa para assumir, como sucessor dos Apóstolos, a Diocese de São José dos Campos. Para ser fiel a Deus, para contar com suas promessas, para ter descendência espiritual, como Abraão, vi na voz do Papa a voz do Deus das Promessas cumpridas. Quando a pessoa já está instalada e acostumada, nem sempre é fácil partir. Quando se ama as pessoas a quem entregamos nossas vidas, partir nem sempre é fácil. Mas partindo temos a certeza de que lá, na “terra prometida” encontraremos o Deus da vida e das Promessas. Assim, aqui chego hoje para tomar posse, como Bispo Diocesano desta Diocese de São José dos Campos. Não pedi para vir, não neguei em vir. Em Bom Jesus da Lapa deixei cinco anos de vida bem vivida: muitas amizades, muitos desafios, muitas lutas, muitos anúncios, muito trabalho. Um povo querido, diocesanos e diocesanas cheios de fé e de carinho para com o Bispo, milhões de romeiros que acorrem ao querido Santuário do Bom Jesus, todos os anos, padres e irmãs lutadores pelo Reino de Deus, leigos e leigas ricos de fé e de esperança, apesar das dificuldades vividas no dia a dia da seca do sertão baiano, muitas vezes abandonados à própria sorte, em suas dificuldades humanas, sociais e de dignidade humana. A todos os que estiveram comigo, em nome de Deus, nestes cinco anos de pastoreio na Diocese de Bom Jesus da Lapa, o meu muito obrigado. Que o Bom Jesus abençoe e ilumine a todos e a todas!

Na segunda leitura ouvimos a palavra do Apóstolo São João: “Somos de Deus”. São João vendo a realidade do seu tempo, vendo as atitudes das pessoas do seu tempo, vendo o testemunho dos cristãos do seu tempo, nos apresenta as características daqueles que não são de Deus e as características daqueles e daquelas que são de Deus. E em sua primeira carta, depois do julgamento feito, São João proclama: NOS EX DEO SUMUS” – NÓS SOMOS DE DEUS. Sim meus queridos irmãos e irmãs. É isso que venho proclamar, vivenciar e testemunhar, como Sucessor dos Apóstolos nesta querida Diocese de São José dos Campos: “Eu sou de Deus”. Eu estou do lado de Deus. Eu quero ser ouvinte fiel da Palavra de Deus. Eu quero testemunhar com vocês que Deus é o Senhor de nossas vidas e de toda a história. É este o Evangelho que quero viver e anunciar a vocês e com vocês: NÓS SOMOS DE DEUS. Sempre. Hoje. Amanhã e para o futuro de nossas vidas. Tenho convicção, na Fé, de que o Deus da Promessa, o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus dos profetas, o Deus dos confessores da fé, está vivo e se fez um de nós. É o SENHOR JESUS, O BOM JESUS, que queremos amar, anunciar e testemunhar.  Queremos ser ANUNCIADORES DO RESSUSCITADO. Queremos ser homens e mulheres da Palavra, do Verbo, da vida. E quem é da Palavra é também, pessoa de palavra, senão seria mentiroso(a) e enganador. Que quando dissermos: “Somos de Deus”, que esta Palavra santa anime os nossos corações, as nossas mentes, os nossos passos, no seguimento verdadeiro de Jesus, para que sejamos, na alegria e na verdade, seus discípulos missionários.

No santo Evangelho ouvimos Jesus proclamando ser o Bom Pastor. Ele é o único Pastor de nossas vidas. Ele, o prometido do Pai, Ele o cumpridor das promessas do Pai, Ele conduzido pelo Espírito Santo de Deus é o Pastor misericordioso da Igreja e de cada ser humano. Deixemo-nos conduzir por Ele. Foi Jesus Cristo, o bom Pastor, quem elegeu os doze Apóstolos, dos quais os Bispos são sucessores. “Não fostes vós que me escolhestes, (que me elegestes), mas FUI EU QUE VOS ESCOLHI”. Sim meus irmãos e irmãs. Que triste quando encontramos batizados e batizadas, que ao contrário dos mártires e confessores da Fé, querem ser maiores que a Palavra de Deus e maiores que a palavra de sua Santa Igreja. Gente que se sente autorizada a julgar a Palavra de Deus e a julgar a palavra da Santa Igreja. Coloquemo-nos ao lado do Bom Pastor. Digamos todos os dias com Jesus e como Jesus, o bom Pastor de nossas almas: “Eu vim para fazer a vontade do meu Pai que está nos céus”. Sejamos ovelhas do seu rebanho, obedientes à sua voz e amantes da sua Palavra. É da obediência da Fé que nasceu o Povo Santo de Deus. É da obediência da Fé que nasceu para nós o Salvador do Mundo, Jesus Cristo Nosso Senhor.

Os padres da Igreja, na sua experiência com as comunidades primitivas diziam: “ubi episcopus, ibi ecclesia”. Onde está o Bispo ali está a Igreja. Por isso é que em cada missa dizemos o nome do Bispo que governa a Igreja Particular da qual fazemos parte. Porque estar em comunhão com o Bispo é estar em comunhão com a Igreja Santa de Deus, é estar em comunhão com o Papa, Bispo de Roma, servo dos servos de Deus, que me nomeou para este ministério pastoral. É estar em comunhão com o Bom Pastor de nossas vidas que fundou a Igreja sobre o fundamento dos Apóstolos. Diz o Concílio Vaticano II: “Cristo, mediador único, constitui e sustenta indefectivelmente sobre a terra, como organismo visível, a sua Igreja santa, comunidade de fé, de esperança e de amor, e por meio dela comunica a todos a verdade e a graça (LG 8). É isto que espero viver com os que confessam a mesma Fé, receberam o mesmo Batismo e foram enviados e enviadas para a mesma Missão. Vamos com alegria e entusiasmo viver nossa fé na Santíssima Trindade, na vida da Igreja, que é sacramento de salvação, nestes tempos que Deus nos concedeu viver.

Que a Palavra de Deus, o Magistério da Igreja, as orientações da vida de Fé possam ir moldando os nossos corações, as nossas mentes, as nossas almas para manifestarmos atitudes coerentes com o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Esta é a fé que da Igreja recebemos, sinceramente professamos, razão de nossa alegria em Cristo Jesus nosso Senhor.

Agradeço de coração o trabalho do Administrador Diocesano até o momento, P. Djalma Lopes de Siqueira, coadjuvado pelo Colégio de Consultores da Diocese, que governou a Diocese de São José dos Campos no tempo da Vacância da Sede. Agradeço de coração o trabalho de todas as pessoas e equipes que, de uma forma ou outra, prepararam esta celebração.

Que a Virgem Santíssima, a Virgem Auxiliadora de Dom Bosco, aquela que soube ouvir e obedecer à Palavra de Deus e por isso teve a graça de carregar em seu seio e dar à luz o VERBO DE DEUS, seja modelo e ícone de nossa vida de discípulos missionários do Bom Jesus.

Que São José, patrono desta Diocese, interceda junto a Deus, para que todos nós, Bispo, padres, diáconos, religiosos e religiosas, consagrados e consagradas, leigos e leigas, homens e mulheres de boa vontade, sejamos pessoas de bem e do bem. Que todos possam dizer com alegria e fé: “SOMOS DE DEUS”.

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+ José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo diocesano de São José dos Campos

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